Alde Santos Júnior, Procurador do Estado do Rio de Janeiro
Os antigos afirmavam que chuvas incomuns prediziam mudanças e tragédias. As últimas águas de agosto carregavam o presságio de uma ausência que não será aplacada pelo almejado esclarecimento das circunstâncias do infortúnio.
Antes de seguir o conselho da sábia Júlia, que aos cinco anos me pede para não ficar triste e pensar em coisas lindas, sinto a precoce saudade e uma certeza.
Não mais ouviremos a defesa oral contundente, quase gritada, que a todos convencia e sempre, ou quase sempre, vencia. Nos corredores, não mais teremos a alta voz, o riso largo e o gordo aperto de mão. Tampouco vamos nos irritar ou rir da impossibilidade de comentar sobre as nossas causas, já que as dele, sempre as dele, eram o predileto ou o único assunto.
O maroto sorriso de quem, sabendo mais, preferia não discordar, também ficará somente na lembrança.
Quem teve a ventura do convívio ou do combate com o advogado José Guilherme Vilella sabe que as altas cortes dificilmente verão outro advogado tão eficiente, tão combativo e tão representativo de um tempo de advocacia que lamentavelmente parece querer desaparecer. Tempo em que advocacia era somente para advogados. Tempo em que não existiam superadvogados ou superescritórios, mas advogados brilhantes. José Guilherme era, por talento, ética e esforço, brilhante.
Advogava com paixão, conhecimento e com aquela simplicidade que Clarice Lispector afirma só ser possível atingir com muito trabalho e dedicação. Aliás, talvez dessa combinação tenha decorrido o título de Príncipe dos Advogados.
J. L. Borges alude ao sentimento inútil de angustia “de que nada nos teria custado ter sido melhores” quando recebemos notícia de que um amigo se foi.
José Guilherme deixa-nos a esperança de que podemos e devemos ser melhores, uns com os outros.
Os antigos afirmavam que chuvas incomuns prediziam mudanças e tragédias. As últimas águas de agosto carregavam o presságio de uma ausência que não será aplacada pelo almejado esclarecimento das circunstâncias do infortúnio.
Antes de seguir o conselho da sábia Júlia, que aos cinco anos me pede para não ficar triste e pensar em coisas lindas, sinto a precoce saudade e uma certeza.
Não mais ouviremos a defesa oral contundente, quase gritada, que a todos convencia e sempre, ou quase sempre, vencia. Nos corredores, não mais teremos a alta voz, o riso largo e o gordo aperto de mão. Tampouco vamos nos irritar ou rir da impossibilidade de comentar sobre as nossas causas, já que as dele, sempre as dele, eram o predileto ou o único assunto.
O maroto sorriso de quem, sabendo mais, preferia não discordar, também ficará somente na lembrança.
Quem teve a ventura do convívio ou do combate com o advogado José Guilherme Vilella sabe que as altas cortes dificilmente verão outro advogado tão eficiente, tão combativo e tão representativo de um tempo de advocacia que lamentavelmente parece querer desaparecer. Tempo em que advocacia era somente para advogados. Tempo em que não existiam superadvogados ou superescritórios, mas advogados brilhantes. José Guilherme era, por talento, ética e esforço, brilhante.
Advogava com paixão, conhecimento e com aquela simplicidade que Clarice Lispector afirma só ser possível atingir com muito trabalho e dedicação. Aliás, talvez dessa combinação tenha decorrido o título de Príncipe dos Advogados.
J. L. Borges alude ao sentimento inútil de angustia “de que nada nos teria custado ter sido melhores” quando recebemos notícia de que um amigo se foi.
José Guilherme deixa-nos a esperança de que podemos e devemos ser melhores, uns com os outros.
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